O Plano de Mobilidade de São Paulo está em fase final de estudo e entrega pela Secretaria de Transportes de São Paulo. O estudo tem como objetivo principal a ampliação do acesso à cidade, contemplando, principalmente, a ampliação da rede de ciclovias e ciclofaixas pelos próximos 15 anos.
O transporte por fretamento deverá estar neste projeto, mas não terá a importância, nem a relevância, necessária. O setor ainda enfrenta sérios entraves como Zona Máxima de Restrição, proibição de compartilhamento de alguns pontos de parada do sistema público, bem como embarque e desembarque nas estações de trem e metrô.
O que vale ressaltar é que o transporte de passageiros por fretamento também é proibido de circular nas faixas exclusivas de ônibus urbano, no qual táxis com passageiros estão incluídos. É um descaso com a população que utiliza esse modal para deslocamentos e necessita também de uma atenção especial, uma vez que ele contribui – e muito! – para a mobilidade urbana na capital.
O fretamento está disponível para agregar ao conjunto de opções que São Paulo pode oferecer. Não faz sentido a proibição do uso nas faixas exclusivas e permitir seu acesso é uma maneira inclusiva de contribuir para o bom andamento do trânsito nessa metrópole, além de reconhecer o valor desse modal para meio ambiente e sociedade.
Já passou da hora de representantes municipais tomarem definitiva ciência de que o fretamento atende necessidades específicas além de complementar o transporte público – retirando automóveis das ruas e transportando com qualidade diariamente milhares de trabalhadores e estudantes. Na Região Metropolitana de São Paulo o setor transporta cerca de 500 mil pessoas por dia! Número significativo que já justifica sua inclusão nas políticas públicas de mobilidade da capital.
* Jorge Miguel é diretor executivo do Transfretur (Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento e por Turismo da região metropolitana de São Paulo)