Se o transporte coletivo já traz vantagens ambientais ao contribuir para a diminuição do excesso de veículos de passeio nas ruas, as companhias de ônibus dizem que podem fazer mais.
Algumas empresas do setor aderiram, de forma espontânea, o Programa Fresp Ambiental, pelo qual a Federação fornece aos empresários, orientações de como conduzir os negócios de forma eficiente e aumentar a lucratividade diminuindo os impactos no meio ambiente.
“Quando se fala em ônibus, logo se pensa na poluição durante a operação. Mas as práticas ambientais começam nas garagens. Por exemplo, a manutenção e a limpeza dos veículos também geram resíduos, como óleo lubrificante, tinta e outros materiais que degradam o meio ambiente. Nosso papel é mostrar que todos têm responsabilidade quanto à preservação do planeta, pois tratar mal o planeta é tratar mal a si mesmo.” – explicou Antônio Gaspar Oliveira, consultor ambiental da Fresp.
Ele disse que, apesar de haver legislações ambientais, parte do empresariado é resistente às práticas que podem contribuir para uma melhoria das questões relacionadas com a natureza. No entanto, ele ressalta que hoje uma empresa que investe em práticas de sustentabilidade tem maior visibilidade no mercado e retorno financeiro.
“Para lavar um ônibus, são gastos 500 litros de água. Se o empresário investir num sistema de reuso de água, ele vai acabar tendo uma boa lucratividade. O que ele vai economizar em água, com o tempo ele paga a máquina e o custo de lavação será com certeza bem menor. Além disso, muitas empresas de diversos setores tentam certificações como ISO 14001 (meio ambiente) e outras. Tais certificações exigem que os prestadores de serviços, o que inclui os fretados, também tenham boas práticas ambientais. Assim, se não se atualizar nessa questão da sustentabilidade, muito dono de ônibus pode perder cliente” – complementou Antônio Gaspar de Oliveira.
Várias empresas já têm iniciativas que as qualificam como respeitadoras do meio ambiente.
“Nós somos a única empresa do ramo no País que neutraliza o carbono que emite. Fazemos relatórios anuais das emissões e realizamos a conservação e plantio para captação de carbono numa APP – Área de Preservação Permanente, além de termos outras práticas que nos resultam em boa imagem, negócios e na sensação de fazermos nossa parte” – explicou Danilo Tamelini, diretor da Ipojucatur.
Fonte: Diário do Transporte